segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Memória

É engraçado como as memórias vêm e vão quando estamos sozinhos a pensar. Num piscar de olhos elas nos levam de volta 20 ou 30 anos no tempo, fazendo com que nos lembremos de coisas boas, ruins, bobas ou simplesmente acontecimentos que por algum motivo ficaram ali, naquele cantinho do baú de nossas memórias. Se concentrando um pouco mais é possível lembrar do cheiro daquele pão caseiro que acabava de sair do forno quando éramos pequenos ou de uma divertida e acirrada partida de dominó. Lembrar-se das pessoas que fizeram parte da nossa vida e "se ligar" de que algumas delas agora só vivem na nossa memória as vezes dói, mas também é quase como reencontrá-las e reviver bons momentos. Uns dias atrás estava tatuando um cliente e comentava com ele como, as vezes, eu acabava matando uns neorônios tentando solucionar alguns problemas que surgiam no dia-a-dia, quando ele educadamente me interrompeu e disse: ao mesmo tempo que talvez você esteja matando alguns neorônios, você também está criando novas conexões neurais. O que isso tem a ver com a memória? Tudo, especialmente o fato de que nunca mais vou esquecer dessa lição que alguém que, talvez, eu nunca mais veja me ensinou e vai ficar para sempre na minha memória.